O papel da fisioterapia intensiva na unidade de tratamento intensivo oncológica.
Em 2007, em um esforço conjunto visando à normatização da atuação da equipe multidisciplinar encarregada da prestação de serviços dentro da Unidade de tratamento intensivo, foi elaborado pela AMIB – Associação de Medicina Intensiva Brasileira e a SBPT – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, um documento consensual contemplando o papel da fisioterapia intensiva enfatizando sua atuação junto à ventilação mecânica.
Neste documento consensual temos que a Fisioterapia faz parte do atendimento multidisciplinar oferecido aos pacientes em unidade de terapia intensiva (UTI). Sua atuação é extensa e se faz presente em vários segmentos do tratamento intensivo, tais como o atendimento a pacientes críticos que não necessitam de suporte ventilatório; assistência durante a recuperação pós-cirúrgica, com o objetivo de evitar complicações respiratórias e motoras; assistência a pacientes graves que necessitam de suporte ventilatório.
Além destas considerações, o documento faz referência à participação do fisioterapeuta junto à condução da ventilação mecânica desde o preparo e manejo da ventilação inicial bem como a participação ativa na programação e condução do processo de desmame e extubação.
Entretanto, ainda que o papel da fisioterapia intensiva atualmente esteja bem estabelecido dentro dos critérios de inclusão e atuação como componente da equipe multidisciplinar, o seu papel em áreas específicas como a prestação de serviços
As particularidades inerentes a estes clientes como o caráter progressivo de suas disfunções clínicas, a mielossupressão, a maior predisposição às infecções das vias respiratórias, a caquexia, a plaquetopenia, as alterações cinético-funcionais provenientes da intervenção cirúrgica e das técnicas adjuvantes ao controle/combate da neoplasia, parecem em um primeiro momento contra-indicar ou no mínimo tornar o processo fisioterapêutico menos efetivo.
A intervenção fisioterapêutica em pacientes oncológicos é relativamente recente, a sua aceitação enquanto medida terapêutica efetiva ainda é controversa na medida em que a existência do paradigma câncer-morte ainda impera e resiste na mentalidade e no manejo do paciente oncológico.
Atualmente com os avanços tecnológicos associados à melhor prestação de serviços em oncologia aumentaram significativamente as taxas de sobrevida de pacientes acometidos por esta terrível patologia.
Em todos estes pacientes, o câncer e sua intervenção terapêutica necessária muitas vezes produzem significativa perda funcional permanente ou em longo prazo, requerendo reabilitação para retorno do indivíduo à independência funcional e para melhorar a sua qualidade de vida.
A fisioterapia intensiva apresenta um considerável leque de possibilidades terapêuticas para o manejo do paciente grave internado nas UTIs, entretanto, as indicações e contra-indicações das manobras usuais, bem como seus objetivos terapêuticos, se mostram insuficientes como norteadores dos procedimentos e das condutas profissionais, principalmente ao estendermos a prestação de serviço ao doente oncológico.
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